sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

NATAL, PAPAI NOEL, ANO NOVO, DELÍRIOS DE UM SONHADOR, MELHORES DE 2011

Nem um milhão de palavras podem dizer o que um homem carrega em seu interior.

DELÍRIOS DE UM SONHADOR (Reflexões de fim de ano)

Mais um ano está chegando ao fim. E, como sempre, traz reflexões sobre o mundo, sobre a vida e sobre o que buscamos. É comum fazermos uma retrospectiva sobre o que aconteceu no ano que está terminando e do que pode ser mudado no seguinte. Lembramos de notícias que abalaram a sociedade e deixaram a população à flor da pele. Dentre algumas notícias boas, uma enxurrada de violência… Enfermeira mata cachorro… Morte do Bin Laden… Atirador mata crianças em uma escola em Realengo… E muito mais. Muitas coisas aconteceram em 2011, algumas, infelizmente, se tornaram banais para a população que nem abalam mais e outras, felizmente, ainda nos chegam como um absurdo e nos causam indignação. Tantas coisas que eu não acompanhei, por me dedicar muito ao trabalho e por não me sentir bem com o peso de alguns assuntos. Em um período da minha vida comecei a evitar assistir televisão. Me fazia muito mal ver notícias de violência, descaso, corrupção, injustiça e mentiras. Ficava revoltado, sentia (e sinto) muita raiva ou sofria. Não fui feito para aceitar essa enxurrada de desgraças, e nem para me entregar a elas, por isso resolvi não me deixar tornar violento ou ser contaminado pelo medo, como muitas vezes os programas nos impõem. Encontrei uma forma de me defender desse lugar.

Não é de agora que certas formas de violência são praticadas. Com toda probabilidade animais de estimação devem ter sido mortos antes e muitos outros tipos de violência, que se tornaram parte do nosso dia a dia, existem desde que o mundo foi criado. Mas com armas, câmeras de fotografar e filmar e com a internet as notícias e imagens chegam mais rápido, se propagando e tornando a coisa mais real para os nossos sentidos. Como saber o que fazer no meio desse tumulto de indignações e informações? Como nos tornarmos mais humanos? Humanos?! Quantos ainda se lembram do que é ser humano?

E venho novamente me expressar, depois de muitos insistirem em tentar me calar, dizendo que as coisas são assim, que não tem jeito, que nada pode mudar. Escuto pessoas tentando me calar desde os meus 14/15 anos, quando comecei a ter opiniões e já “incomodava” alguns, bem mais velhos que eu. Mas não me calei desde lá. E continuo me expressando das maneiras que me são possíveis.

A ironia é que eu, um cético, acredito que as coisas possam melhorar, enquanto muitos crentes, que acreditam no poder sobrenatural de Jesus e de Deus, não acreditam na possibilidade de mudança. Se alguém me perguntar se acredito que o mundo vai melhorar, a minha primeira resposta é NÃO ACREDITO. Mas se não acredito, por que insisto em falar e tentar realizar alguma mudança? Deixe-me explicar. Tenho certeza que o mundo PODE se tornar um lugar melhor, acredito que seja POSSÍVEL, mas como a maioria não acredita que possa mudar deixo de acreditar na mudança. De uns anos para cá deixei de acreditar nas pessoas. A minha descrença se deve ao fato de que só podemos mudar o mundo mudando as pessoas. Como podemos mudar se a maioria não acredita ao menos que seja possível? Acredito na possibilidade de mudança, mas deixei de acreditar nas pessoas, que são responsáveis por ela, pois se não confiam não farão o esforço necessário. Ponto final. Ponto final não, pelo menos para mim.

E por que continuo fazendo algo mesmo descrente? Porque estou vivo e procurar fazer algo de positivo para o mundo é o que me move. Tenho isso dentro de mim desde a minha adolescência, mesmo que algumas pessoas não entendam a minha forma de revolução. Foi isso o que me levou a fazer arte e a começar a escrever. Como José Saramago escreveu: “meu olhar é pessimista, mas esse é o olhar que quer mudar o mundo”.

Para os descrentes na mudança, muitas coisas foram mudadas e melhoradas em séculos de luta e força de vontade de grandes seres humanos, anônimos e conhecidos. Dentre algumas conquistas estão, o direito das mulheres, a igualdade de raças, independência de países oprimidos, o crescimento do respeito por homossexuais, alterações de muitas leis, tornando-as mais justas e muito mais. Isso tudo foi conquistado porque existiram pessoas que acreditaram. Para mudar é preciso acreditar. Para acreditar é preciso mudar. Mude. Acredite.

Mesmo que eu não tenha filhos ou mesmo que não tivesse sobrinhos e descendentes de minha família, continuaria a lutar para deixar um lugar melhor para as próximas gerações, pois não faço isso por algo que considero meu. Faço isso por fazer parte de algo maior, por fazer parte da raça humana e viver em meio a seres vivos que dependem uns dos outros para viver em harmonia e equilíbrio. Não acredito em perfeição. Conflitos e problemas sempre irão existir, mas tenho certeza que podemos viver em um lugar melhor, mais justo e pacífico.

O mais “engraçado” disso tudo é que eu, o que não tem mais esperanças no céu, muitas vezes levo esperança para aqueles que esperam cair do céu.

E sobre o que deve ser mudado em nós… Escute o mundo ele sabe mais que qualquer um. O mundo (podem ser pessoas próximas, livros e até mesmo religiões, sem ser fanático ou ficar esperando cair do céu) muitas vezes nos diz e nos mostra o que devemos mudar em nós para melhorá-lo. Escute e se esforce. Não se conquista nada sem esforço.

Quero finalizar desejando um feliz ano novo, cheio de realizações e mudanças positivas para todos! Paz, saúde, educação, música, arte e cultura para todos nós!

Beijos e abraços, Christiano Dortas

P.S.: Papai Noel? Lembre-se que o Natal é a comemoração do nascimento daquele homem que nos ensinou a buscar a verdade. Conheça a verdade e ela o libertará.

Em 2011 foi assim…

Melhor livro que li: O reino de Deus está em vós (Liev Tolstói)

Outros livros significativos: Jesus e Gandhi (José Carlos Leal), Nelson Mandela – Conversas que tive comigo, Ensaio sobre a lucidez (José Saramago) e Crepúsculo dos ídolos (Friedrich Nietzsche).

Livros que estou lendo no momento: Admirável mundo novo (Aldous Huxley) e Prazer: Uma abordagem criativa da vida (Alexandre Lowen)

Filmes mais significativos: “Happy Feet 2” e revi “V de Vingança”.

Músicas que mais ouvi: Revolution is my name (Pantera), Break the night with colour (Richard Ashcroft) e Try again (Keane)

Bandas e artistas que mais ouvi: Pantera, Keane, Raimundos, Bad Religion, Raul Seixas e O Rappa.

Pior coisa que descobri em 2011: Restart

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A MARCA

Joguei pérolas aos porcos e vi o que acontece...

A MARCA

A marca é um hino, pode ser um comum cinismo
Quero que se dane o comunismo
As marcas existem desde as entranhas
As marcas são cicatrizes humanas

A diferença comum está em sermos diferentes
Nasci no Brasil, sul americano, mas poderia ser de outro continente
Não importa se a marca é só um sobrenome que carregamos
Se nos disseram que somos todos irmãos quando aqui chegamos

Não importa a marca da lixeira onde depositamos o lixo
Queremos a sujeira fora do nosso nicho
Mas importa a marca do produto que mantém o status fixo
Queremos a maior riqueza, mesmo envolta na pele de um bicho

A marca que fixa com um slogan impactante
A marca impressa por um objeto cortante
A marca eternizada por uma cirurgia
Pode mostrar que já esteve perto de perder a vida

A marca no gado para provar quem é o dono
A marca do veneno que mata mais rápido que a marca do abandono
A tatuagem expõe a marca impressa na alma alheia, a liberdade
O preconceito marca os que não aceitam a diferença e outras verdades

Fumaram Cuba, mas não havia marca, não havia bandeira
Acharam que eram os EUA e sentiram sabor de riqueza
A marca dita o sabor, dita o status, dita o teor
A marca é mais valiosa do que o seu valor?

A logomarca logo marca a identidade
Despertando o interesse e a vontade
Negrito marca o mais importante no contexto
Um ponto final marca o fim do texto...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

ANTES DE ENLOUQUECER

Meus heróis morreram de overdose. Overdose de sensibilidade. Muitas vezes a minha sensibilidade me destrói. (Christiano Dortas)

ANTES DE ENLOUQUECER

Antes de enlouquecer
Gostaria de escrever
Antes de enlouquecer
Queria me tornar palavras e transcender

Mas já não sinto vontade de dizer
Já não quero o que você não vai querer saber
Lobotomia no coração para extrair o que angustia o pensamento
Diagnóstico: Perda da razão proveniente do excesso de sentimento

Antes de enlouquecer
Queria entender porque quero entender
O que é inexplicável até mesmo para você
O que existe e é tão forte que não tem forças para morrer

O cérebro vai ficando entorpecido, procurando algum sentido
Com esse sentir que invade a mente e vai levando o tino
Me incitando a navegar nas emoções não ditas
Rompendo o cárcere das palavras não escritas

Como o sangue no papel as palavras vem tingir
E me pego escrevendo o que não sei encobrir
Enclausurado no sanatório da saudade
Aos poucos sendo embebido pela insanidade

Tratamento de choque a cada loucura desse amor
Bombardeando o coração cada vez que terminou
Enquanto escrevo, percebo que enlouqueço
Carregando o peso do que não esqueço

Você… fazer… esquecer… vida
Partindo… não despedida
Algo… pesadelo… hum… sonho… fim
Hora… sentir… agora… ardor em mim

Enxergo… cego… cheiro de solidão
Perdido… caminhar… abismo de ilusão
Angústia… querer… não resposta
Esperança… trancada… porta

E o que me fez perder o juízo de vez
Foi ser atingido por um lampejo de lucidez
Essas foram as últimas palavras que fizeram algum sentido:
Devia ter te esquecido antes de ter enlouquecido…

Distância… Perplexo
Saudade… Desconexo…

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A PARANOIA QUE ME FAZ SER O QUE SOU / O MEU CAMINHO COMO ARTISTA / CLIPE "NÃO É PECADO"

O MEU CAMINHO COMO ARTISTA

O meu início na música foi aos 16 anos, cantando e tocando guitarra em um trabalho do colégio. Cantei Bryan Adams, Bush, Raimundos e a versão de uma música do Pennywise, adaptada para o português, com o tema do trabalho. Depois disso não parei mais. Comecei a cantar porque queria me expressar, dizendo as coisas que acreditava e protestando contra as coisas que não concordava e via como injustas na sociedade. Em 1997 surgiu a banda Sifuhanks, com letras questionadoras, políticas e de protesto. Como não tinha quem fechasse shows, comecei eu mesmo a fazer os contatos, ligações, conhecer músicos de outras bandas do cenário underground e visitava os locais de shows.

Passamos a fazer um show por semana e muitas vezes fizemos 2 por semana. Ainda não recebíamos pelo trabalho, mas com o tempo fomos conseguindo muitos fãs que nos seguiam nos shows, compravam camisas e CDs. O nome da banda circulava e crescia no meio underground. Depois de 7 anos de trabalho, tocando, visitando muitos shows de outras bandas, carregando caixas de som, algumas trocas de integrantes e períodos conturbados, decidi sair da banda por perceber que a minha verdadeira intenção era viver de música, ou tentar o máximo possível, e não via o mesmo interesse e vontade em outros integrantes, que faziam faculdades e tinham outros objetivos. Com a minha saída a banda não continuou.

Foi nessa época que decidi fazer o meu primeiro livro, “Lições de uma vida - emoções, pensamentos e descobertas”. Não tinha mais uma banda, mas queria continuar a me expressar, então juntei alguns textos e letras que já tinha e escrevi muitos outros para compor o livro. Foi mais ou menos nessa época que descobri que era poeta. Já que não estava nos palcos, vivia com meus textos, lendo, entregando para as pessoas lerem e até presenteando pessoas queridas. Lembro que muitos começaram a me chamar de poeta e não gostava, confesso que isso me incomodava. Não lembro exatamente porque não gostava de ser chamado assim, mas tinha um pouco a ver com eu achar que era pretenção demais e até certa soberba. Poetas eram inteligentes, escreviam bem e eu apenas escrevia o que eu sentia, pensava e vivia, da minha forma e sem regras. Até que aceitei e percebi que o que fazia era poesia. E sem dúvida é, mesmo que seja do meu jeito. Com o tempo aperfeiçoei e segui com o meu estilo.

Enquanto escrevia e elaborava o livro sofria por não estar nos palcos, cantando e fazendo o que mais queria na vida. Fiquei quase um ano sem cantar e isso me fazia muito mal. Não aguentava assistir shows, pois ficava muito deprimido. Pode parecer exagero demais, mas essa é a verdade. Nessa fase comecei a compor muito e escrever sem parar. Passava horas no estúdio do Paulinho - o conhecido Som Mil, ali na Rua Almirante Cochrane - vendo músicos entrando e saindo, conhecendo bandas, ouvindo diferentes estilos musicais, gostava de estar naquele meio. No começo de 2004 voltei a cantar, fazendo voz e violão, e decidi fazer uma carreira solo. Voltei a carregar caixas de som, marcar ensaios, ter contato com músicos, fechar shows, cair em pilantragens do meio da música (até hoje acontece), negociar, enfim, toda aquela trabalheira de novo, tudo para voltar aos palcos e me sentir realizado como artista. Percorri pequenas casas de shows, pubs, barzinhos etc. Tocava onde fosse possível.

Até que no começo de 2008 entrei na banda Perdidos na Selva. Banda conhecida por fazer tributo aos anos 80 e respeitada no Rio de Janeiro e em muitos lugares do Brasil. Com a banda passei a tocar em melhores estruturas, realizei os sonhos de tocar no Circo Voador e no Canecão, e tenho oportunidade de mostrar o meu trabalho musical e expressão artística para um maior número de pessoas.

Hoje, sigo administrando e propagando o meu trabalho solo, divulgando o meu último CD Mutação, que tenho muito prazer de ter feito, e continuo como vocalista e ajudando na administração da banda Perdidos na Selva.

Acabo de lançar o meu primeiro clipe. A música escolhida foi Não é Pecado, segunda faixa do albúm Mutação. O clipe foi feito de forma totalmente independente, onde fiz todo o trabalho de produção, contando com ajudas. Foi uma experiência nova, diferente e divertida, onde tive até que dar uma de ator. Participei de muitas etapas, das ideias de roteiro, feita em conjunto com o diretor Vinicius Barbosa até uma pequena parte da edição e inserção de efeitos. Posso dizer que aprendi bastante. Assistam o clipe copiando e colando esse link na parte de endereço de sites: http://www.youtube.com/watch?v=TtWHugc1sOY
Ficou muito legal e divertido! Não deixem de ver e divulguem para os amigos. Compartilhem.

No momento, estou finalizando a produção do meu segundo livro que se chama “Palavras Concretas”, com muitos textos e poesias, abordando diversos temas, filosóficos, ácidos, irônicos, políticos, questionadores… E como sempre falando de música e arte. Um livro carregado da mistura que me é peculiar.

Quero finalizar escrevendo sobre algo importante nessa minha trajetória na música. Eu sempre fechei os shows, produzi, divulguei etc. E faço isso até hoje, com a ajuda de algumas pessoas. Não porque eu queira, mas porque eu sempre quis estar nos palcos, fazendo o trabalho andar, cantando, me expressando e porque, infelizmente, não surgiu alguém que fizesse isso em minha carreira e me mantivesse nos palcos, que é onde preciso estar para extravasar muito do que sinto, me sentir vivo, produtivo e em movimento. E antes que digam, “Ah, mas isso é da sua natureza, você gosta…!” Já adianto que não é bem assim, passei a fazer e faço porque é necessário para continuar o trabalho e continuar nos palcos. O que é da minha natureza é a vontade de realizar e fazer, mas não exatamente esse tipo de trabalho. Não considero bom fazer esta parte burocrática, pois, como artista, sofro demais com isso. Mas a minha vontade, e até necessidade, de tocar sempre foi tão forte que passei por cima disso e mesmo sofrendo continuei e continuo executando essa parte. O negócio é fazer a arte rolar e o show acontecer!

Obrigado a todos que me apoiam e ajudam em cada passo dessa caminhada. Não posso e não consigo deixar de agradecer aos fãs, amigos, parceiros, a todos que ajudam a divulgar, que me passam contatos ou que me ajudam nas realizações diretamente. Conto com vocês para continuar o meu caminho!

Leiam o texto que escrevi um tempo depois de sair da minha primeira banda e estava seguindo o meu caminho solo. É isso que me faz ser o que sou…

A PARANOIA QUE ME FAZ SER O QUE SOU

O que me prende
O que me aprisiona
A verdadeira música que me emociona
É o que me mantém na Terra
Algo que não é concreto
Mas me livra do tédio
Tem mais poder do que muitos objetos
E é assim que me liberto
A arte que reparte e faz parte do meu ser
A arte que reúne o mundo material e espiritual em um só ser
Em um só mundo
Em um só Universo
O canal aberto para novos versos
Falando da vida, falando de amor
Falando de revolução, falando do que for
Libertando a alma por meio da voz
Em meio a notas que desatam nossos nós
Inflamado pela chama que me queima
Espírito revolucionário que nunca me deixa
O que me importa é o palco
A ação, a atitude e a hora do show
Essa antiga paranoia que faz ser o que sou
Alguns acham que é loucura
Mas eu acho que é fissura
Sigo em frente e vou mantendo a minha postura
Sigo só, se ninguém acompanhar o meu ritmo acelerado
Pois eu prefiro ficar só do que mal acompanhado.

Por: Christiano Dortas

domingo, 28 de agosto de 2011

UMA IMENSA MULTIDÃO / LANÇAMENTO DO CLIPE "NÃO É PECADO"

"Não me peça para dar a única coisa que tenho para vender." (Cacilda Becker)

"Eu sigo em frente... e independente... independente das dificuldades." (Christiano Dortas)

Dia 16/09 é dia de comemorar! Será o show de lançamento do clipe da música "Não é Pecado" no Leviano na Lapa. Esse é o meu primeiro clipe e será transmitido pela primeira vez no evento. Essa é mais uma de minhas conquistas como artista independente e será um grande prazer comemorar mais essa realização com vocês. Cantarei várias músicas do CD Mutação, dentre elas, Pensando em você, Levando amor, Cada corpo, cada alma, Eu vou viver e muitas surpresas. O evento começará com o show da banda Strada de Terra. A abertura e o encerramento ficam por conta do DJ Mario Moptop Mamede. Estão todos convidados! Anotem na agenda!

Evento no Facebook: http://www.facebook.com/event.php?eid=136660236426126
Produção do show: Pity Portugal

Serviço:
Christiano Dortas + Partic. do Da Ghama (Cidade Negra) + Strada de Terra + DJ Mario Moptop Mamede
Leviano Bar - Av. Mem de Sá, 49 - Lapa
Data: 16/09, sexta-feira, às 23h
Entrada: R$ 20,00 na hora
Lista amiga: R$ 15,00 (contato@levianobar.com.br ou confirmando a presença aqui na página do evento)
Informações: 25075779
Não recomendado para menores de 18 anos.

Enquanto isso eu sigo criando...

UMA IMENSA MULTIDÃO

O meu país não tem fronteira
O meu país não tem bandeira
A minha raça não tem cor
A minha religião é o amor

A minha voz não canta em vão
O meu prazer é o seu tesão
Nada é meu, mesmo o que peço
Os meus versos são do universo

Em mim cabem muitas filosofias
Muitas tristezas, muitas alegrias
Minha política não tem siglas
O meu partido é feito de rimas

Sou um pouco de muito, mesmo sendo nada
Não caibo em rótulos nem em verdades enlatadas
Sou noivo da noite, mas durmo com o dia
Inadaptável a tanta falsidade e covardia

Me cabem todos os ritmos
Sou feito de muitos estilos
Do rock revolucionário e punk subversivo
Ao pop aceitável, mistura da qual sobrevivo

Sou um milhão em um
Não sou só mais um
Sou um em um milhão
Mas sou só, só uma imensa multidão.

Por: Christiano Dortas

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ERA DA IMAGEM

"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música." (Friedrich Nietzsche)

"Espere até ouvir falar de mim. O artista morre. A arte fica." (Christiano Dortas)

"Cada corpo guarda a verdade da sua alma
E a minha se propaga pra manter a minha calma
A minha aparência não te diz exatamente o que sou
Nem todo caminho que sigo te mostra pra onde vou..." (Christiano Dortas – Trecho da minha música Cada corpo, cada alma)

Onde está a verdade? Cadê a verdade? Alguém viu ela perdida por aí? Bem-vindos à Era da Imagem!
Eu adoro muitos defeitos e erros, são humanos. O resto que ia escrever resolvi calar... Deixo a poesia falar. Ela é mais leve.

ERA DA IMAGEM

Bem-vindos à Era da Imagem
Encarne agora o seu personagem
Uma verdade diferente é vendida em cada esquina
Templos de angústia oferecem salvação como vacina

Hipnose coletiva, programação neurolinguística
E temos mais um servo para a estatística
No metiê da vaselina elogio é propina
Tapinha nas costas não satisfaz minha auto-estima

Promessas são rascunhos de saliva do momento
Esboço de palavras, apagadas com a borracha do tempo
Líderes da idolatria seguem guiando para um abismo
Em ternos que camuflam a hipocrisia e o cinismo

Aparência que conquista sua credibilidade
E como o Photoshop pode camuflar a verdade
Um retrato, muitas vezes, esconde o sentimento do retratado
Sonhos empacotados em sorrisos de plástico

Obrigações e convenções adulterando alianças
Mais uma desilusão no altar das inconstâncias
Um casal que divide o mesmo teto
Mas já não divide o mesmo universo

Selando a união de aparências
Ensinada na Faculdade de Conveniências
Buscando a perfeição que nunca existiu
Orando em frente a imagem de alguém que já partiu

Corpos moldados e compostos por silício
Realçados pelo silicone que não preenche o vazio
Turbinando a angústia de norte a sul
Por dentro é oco, superficialidade que é lugar-comum

A regra é clara, mesmo que não seja explícita
Eles fingem que não fingem e você finge que acredita
Em Full HD para enxergar melhor em que Era você habita
Um visual diferente e já te chamam de artista

Quanto mais sei, mais por fora e burro fico
Os ignorantes conquistarão o Reino de Deus nesse mobral infinito
Analfabetos do pensamento compram a embalagem
Cercados por miragens, engolidos e moldados pela Era da Imagem.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

FALTA DE INSPIRAÇÃO / FERNANDO PESSOA

"Quero para mim o espírito dessa frase, transformada a forma para a casar com o que eu sou: Viver não é necessário, o que é necessário é criar." (Fernando Pessoa)

"Estamos em uma época difícil, estranha e triste. É tanta tecnologia que necessitamos até mesmo do que não necessitamos." (Christiano Dortas)

Quando me faltou inspiração me inspirei na falta dela...

FALTA DE INSPIRAÇÃO

Um dia a inspiração me faltou
Nesse dia pensei: o meu mundo acabou
Pensei que a inspiração não mais voltaria
E decidi que da falta de inspiração me vingaria

Então, a fiz virar tema de minha redação
E foi com sua falta que encontrei inspiração
Falta de inspiração que me inspirou a escrever
Que em vida ela nunca irá me vencer

Mas em meio à escrita veio me confrontar
Me pondo em dúvida, sem saber por onde continuar
Pensei que assim conseguiria me deter
Mas percebi que criar é o que me faz viver e não poderia me render

Suspiro, respiro, inspiro ação
Em versos inundados de emoção
Tenso, denso, penso, repenso, a cada não
Até o sim que me leva a uma nova criação

Enquanto em mim houver respiração
Também há de haver inspiração
Resposta da vida que exala em mim
Até o último suspiro, até o meu fim.

Por Christiano Dortas

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O INTERIOR DE UM SÁBIO / JOSÉ SARAMAGO

“Eu não vejo, sinceramente não vejo, e gostaria de ver para minha tranquilidade, nenhum motivo para ser otimista não só perante a história da espécie, como diante do espetáculo de um mundo que é capaz, porque tem meios para isso, de resolver uma quantidade de problemas, desde a fome até a educação ou a falta dela, e que não faz. E não faz por quê? Porque aquilo que conta é o lucro.” (José Saramago)

“Continuo pedindo a humanização da humanidade. Isso morreu? Se morreu é uma autêntica tragédia.” (José Saramago)

“Como se pode ser otimista quando tudo isto é um estendal de sangue e lágrimas? Nem sequer vale a pena que nos ameacem com o inferno, porque já o temos. O inferno é isto.” (José Saramago)

“Temos na natureza muitas coisas contra as quais lutar, mas há um inimigo pior que todos os furacões e terremotos: o próprio ser humano. A natureza com todos os seus vulcões, terremotos, furacões e inundações não causou tantos mortos como a humanidade causou a si própria. Lutas de toda a ordem; guerras religiosas, guerras de interesses materiais, guerras absolutamente absurdas e estúpidas como as dinásticas. Não há um raio de luz – para pôr a questão assim – que dê na cabeça das pessoas e as faça perceber que não se pode viver assim!” (José Saramago)

“O que realmente nos separa dos animais é nossa capacidade de esperança.” (José Saramago)

“Meu olhar é pessimista, mas esse é o olhar que quer mudar o mundo.” (José Saramago)

Relembrando algo escrito há muito tempo, do meu primeiro livro, para ver se me inspira e brota alguma esperança em mim.

O INTERIOR DE UM SÁBIO

Lá fora, uma guerra sem fim
Aqui dentro, uma paz inabalável
Lá fora, muitas dores
Aqui dentro, um alívio interminável
Lá fora, gritos e tiros
Aqui dentro, um silêncio profundo
Lá fora, muitas mortes
Aqui dentro, uma vida imortal
Lá fora, impera o mal
Aqui dentro, o bem triunfal
Lá fora, choros e lágrimas
Aqui dentro, serenidade eterna
Lá fora, egoísmo e ganância
Aqui dentro, altruísmo em abundância
Lá fora, desespero e ansiedade
Aqui dentro, calma e tranquilidade
Lá fora, fama, sexo e poder
Aqui dentro, apenas ser
Lá fora, intrigas e fofocas
Aqui dentro, o que realmente importa
Lá fora, revolta e maldade
Aqui dentro, estado de passividade
Lá fora, doenças e drogas
Aqui dentro, imunidade a todas as provas
Lá fora, incrédulo e ateu
Aqui dentro, tem o seu próprio deus
Lá fora, religião e anarquia
Aqui dentro, guiado pela sabedoria
Lá fora, mentira e falsidade
Aqui dentro, absoluta verdade
Lá fora, alienação geral
Aqui dentro, consciência universal
Lá fora, a voz da ignorância
Aqui dentro, a voz de um sábio cheio de esperança.

Por Christiano Dortas

quarta-feira, 1 de junho de 2011

JULGUEM (BASEADO EM FATOS REAIS) / FALADOR PASSA MAL

"Vão te julgar sem te ouvir, sem saber das suas marcas, sem saber a sua história, mesmo que cometam os mesmos deslizes. Não foi assim que ensinaram, mas assim é a vida!" (Christiano Dortas)

"Tu não cuida da tua vida e quer cuidar da minha?...
Pra atrasar tem muitos, pra adiantar é que tem poucos...
Tu queria ser do jeito que eu sou, mas tu não aguenta carregar minha dor...
Falar de mim é fácil, difícil é ser eu. Eu tô saindo fora, vai cuidar do teu."
Trecho da música “Falador passa mal” do Marcelo D2.

Baseado em fatos reais…
Há dois mil e onze anos (lembram daquele cara da cruz?) está provada a capacidade humana de julgar, de vingar (o que mesmo?), de fazer o mal dizendo que está fazendo o bem. Esse texto tem direção e motivos, em cada palavra. Os destinatários sabem quem são.
Algo a declarar… Quem busca a verdade não anda com aqueles que não buscam, que ludibriam falsos amigos, que acham graça das desgraças alheias, que falam mal pelas costas dos que dizem ser “amigos” (não estou falando de mim em nenhuma dessas situações, pois sabem muito bem que é muito difícil eu considerar alguém amigo). Eu não ando com faladores e com fofoqueiros (aprenderam na igreja ou só desenvolveram lá? – me perdoem as igrejas que não forem assim). Quem me conhece intimamente (nem precisa me conhecer tanto) sabe que NUNCA fui de grupinhos ou coisas do tipo, não gosto de baba ovo, não fumo, não cheiro e na maioria das vezes bebo sozinho. Sou um cara reservado, apenas divulgo, de forma artística, as coisas que vivo, penso e sinto, e escrevo neste espaço, desabafando e divulgando o que sou e o que acredito. Não me meto na vida de ninguém, sendo assim, não gosto e me irrito quando se metem na minha. Pensem bem no que podem causar antes de falar ou tomar qualquer atitude relacionada a qualquer pessoa, principalmente de coisas que não sabem e não lhes dizem respeito. Busco acreditar que isso só serviu para que todos os envolvidos aprendessem alguma coisa.
Escrevi o texto essa semana, na madrugada de segunda para terça, baseado em fatos reais (como a maioria das vezes). É apenas um desabafo. Tenho motivos para escrever: JULGUEM! Quem não deve, não teme. Quanto mais eu conheço os seres humanos, mais gosto de músicas e de livros, principalmente os feitos naqueles momentos profundos e solitários, onde muitas verdades são expressas.

JULGUEM

E eles se ajoelharam sobre a hipocrisia
Mais hereges do que aqueles que acusam de heresia
Clamando por um messias que ainda julgariam
E, mais uma vez, com raiva, abandonariam
Na cruz dos julgamentos torturariam
Ou quem sabe novamente matariam
Mas ele morreu, assim como os valores que ensinaram aos seus filhos
Os princípios destruídos pelo fim da inocência que havia no início
A verdade abalando alicerces de ouro
Palavras que soam como um estouro
Um pecado para eles, é esperança para outros
O grande juiz foi quem começou a julgar nesse jogo
Calmo como uma bomba, segue aquele que não teme
Pois sua convicção é mais forte e não se rende
Saber o que é certo ou errado, sem precisar de conselho
O que ninguém te ensina, você aprende na frente do espelho
Mas eles seguem sem uma diretriz, sem um valor específico
Cada seita divide um pedaço do crucifixo
E os hipócritas julgam, lincham, culpam
Pisando no mesmo solo daqueles que acusam
É mais fácil apontar para baixo, ou na mesma direção, do que para o céu
Vítimas das imperfeições de algum criador, me diz quem nunca foi réu?
O que se pode fazer pela raça humana?
Julguem o quanto quiserem, entendo a vontade de vingança.

sábado, 7 de maio de 2011

A CURA / PROJETO MUTAÇÃO

Estou publicando um texto que meu irmão, Sergio Dortas, fez sobre o meu CD Mutação. O texto está na íntegra e não fiz nenhuma alteração. Está exatamente como ele escreveu. Depois, segue meu texto A CURA.

"Desde que recebi o cd DEMO de “MUTAÇÃO”, o qual não tinha título, me viciei nas músicas e ouvia diariamente. Nessa época, ao ouvir todas as músicas, eu acreditava que o título do cd deveria ser “EGO”, pois as letras estavam em primeira pessoa e parecia que o Chris falava só dele nas canções.
Dois meses depois, problemas pessoais me fizeram ouvir, ainda diariamente, as músicas do cd (nesse momento já “MUTAÇÃO”) com outra visão. Comecei tentando a primeira fase do “PROJETO MUTAÇÃO”. Nesta fase a trilha sonora era a canção que dá nome ao cd. Fala da capacidade de se transformar naquilo que a pessoa amada diz necessitar. Essa fase vem acompanhada de outras canções secundárias como: “MANEIRAS” e “PENSANDO EM VOCÊ”... Porém a VIDA não permitiu que essa fase de “MUTAÇÃO” resolvesse os acontecidos.
Três meses depois, uma pessoa que foi muito importante para mim me disse que eu deveria praticar o desapego... Iniciou-se aí a segunda fase do “PROJETO MUTAÇÃO”. A música que marca essa fase tem por nome “NÃO É PECADO”, fala sobre não se envolver, curtir o momento, apenas sentir prazer... Outras músicas também marcam a fase 2: “DEIXE SAIR” e “CADA CORPO, CADA ALMA”.
Para a fase três, talvez a mais difícil de todas as fases de “MUTAÇÃO” sobrou o melhor. Esta é a fase que marca a superação pessoal de todo o meu PROJETO. A música tema desta fase é “EU VOU VIVER” e “FOGO EM MINHA VIDA”, quando percebi que já estava preparado para me dar uma nova chance, um novo começo... Porém para abrilhantar a terceira fase é preciso mais uma canção: “SEGUIR ADIANTE”...acreditando que a VIDA tem o melhor reservado para você.
CONCLUSÃO: O melhor título para o cd é e sempre será “MUTAÇÃO”
Caros bloggers, eu gostaria de convidar a todos a VIVER e OUVIR MUTAÇÃO...
Acreditem, funciona realmente!!!!
Um abraço e até a próxima MUTAÇÃO!!!
contato: sdortasjr@gmail.com"
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Quando tudo foi feito para perecer, onde estará a cura? Remédios e palavras são paliativos. A cura é continuar a lutar.

A CURA

A cura é o que não há
E o que não há, é a cura
A cura é a procura
É a eterna busca

Já vi a loucura ser a cura
Daqueles que viam a verdade nua e crua
A cura não está na bula
Está no remédio que em seu ser atua

Não está lá fora, está no interior
A cura é descobrir e preservar o seu valor
Não é só a certeza, também pode ser a dúvida
A cura é a abolição da escravatura

É a luta de quem luta
É a coragem e não a fuga
A cura não é o fim, é o caminho
A cura não é só a flor, também pode ser o espinho.

Por: Christiano Dortas

quarta-feira, 13 de abril de 2011

SANTA MÚSICA / TEASER DO CLIPE DE "NÃO É PECADO"

Veja o teaser de divulgação do clipe da música "NÃO É PECADO": http://www.youtube.com/watch?v=kOysW5-wP30. Clique no link ou copie e cole na barra de endereço dos sites.

MÚSICA... É o que me traz equilíbrio, é o que me faz seguir, é o que me dá sentido, é o que me traz harmonia, é por meio dela que me expresso, é a minha busca, é o meu encontro… Um amor indescritível.
MÚSICA NÃO É COMPETIÇÃO. MÚSICA é comunhão. MÚSICA é confraternização. Essa é a minha oração! Amém. Amem.

SANTA MÚSICA

Santa música que me guia
Santa música que me ilumina
Clarão na escuridão que é a vida
És a mais perfeita forma divina

Rogai por mim, pobre pecador
Assim aliviando minha tristeza e minha dor
Abençoando minha alma com sua força universal
E extraindo do meu ser toda partícula do mal

Santa música, cheia de graça
O Senhor é convosco
Bendito é o seu som entre homens e mulheres
E bendito é o fruto do vosso ventre que traz a luz
Santa música, mãe dos acordes celestiais
Santa música, mãe de crentes e ateus
Rogai por nós, pecadores
Agora e na hora do último acorde
Amém.

Por: Christiano Dortas

quarta-feira, 16 de março de 2011

DE QUE ME SERVE UM POEMA? / O REINO DE DEUS ESTÁ EM VÓS

No próximo sábado, dia 19, faço show solo com banda no Lapa 40 Graus de Búzios. O endereço é Orla Bardot, 552 - Armação de Búzios. O show começa às 23h. A gente se encontra por lá!

"Cristo, por meio de seus discípulos, envolveu o mundo inteiro na 'rede da fé'; mas os peixes grandes, tendo rasgado as malhas da rede, escaparam, e pelo buraco que fizeram passaram também os peixes pequenos, de modo que a rede ficou quase vazia. Os peixes grandes que rasgaram a rede são os governantes: imperadores, papas, reis, presidentes, que sem abandonar o poder aceitaram não o cristianismo, mas sua aparência." Citação extraída do livro "O reino de Deus está em vós" de Liev Tolstói.
Esse livro, que estou lendo no momento, é leitura obrigatória para cristãos, evangélicos, judeus e todos aqueles que desejam compreender mais profundamente a doutrina propagada e vivida por Jesus. Indispensável para os que querem evoluir de VERDADE!
O livro "Ágape" do Padre Marcelo Rossi é MUITO superficial comparado com esse do Tolstói. "Ágape" é bom, mas serve apenas para nos lembrar de coisas que esquecemos no dia a dia, mas já estamos cansados de saber.
O livro de Tolstói foi lançado em 1894 e foi vetado, como muitas vezes a Igreja fez e ainda faz com quem critica o comportamento de suas autoridades. Só que hoje a censura é velada, mas ainda acontece muito. Nessa e em outras instituições.
Não sigo nenhuma religião. Posso ir no candomblé, na igreja católica, nos templos judáicos, nos centros espíritas, nos templos budistas, na igreja evangélica, ou até mesmo ler um filósofo e tirar as coisas boas que todos esses ensinam e pregam. Acho isso muito mais enriquecedor do que me intitular católico, budista, evagélico ou qualquer outra coisa do tipo.
Aprendi muitas coisas boas com as lições de Jesus, embora não acredite em sua existência da forma que ensinam. O máximo que posso conceber é sua existência como um homem sábio e bom, que não fazia milagres, mas expressou o que pensava, com palavras e atitudes.
A dica está dada. Não deixe de ler.

DE QUE ME SERVE UM POEMA?

De que me serve um poema?
De que me serve ter pena, se não modifica a cena?
De que adianta uma poesia, se não preenche a página de sua alma?
De que me serve a noite, se não me embala em teu sono?
De que me adianta saber tanto, se pouco sei diante do infinito que há na vida?
Só sei o que me cabe, mas sou pequeno. Me cabe pouco.
E já nem sei como me cabe tanto sentimento. Sinto mais do que sei.
De que me serve esse amor que me sufoca, se não é correspondido?
De que me serve compreender o seu jeito, se não ameniza a dor que sinto?
De que me servem palavras, se não transmitem o que me invade a alma?
De que me serve tanto amor, se não me torna melhor?
Sim, eu queria ser melhor.
De que me serve tanta vontade de ajudar, se sou tão egoísta?
Às vezes quero sair de mim, às vezes quero ser muitos e me desconectar do que sou, mas estou sempre presente em mim. E até minha ajuda é egoísta.
Ajudo porque quero, ajudo porque sinto. Ajudo porque é de minha vontade.
Queria ser mais humano.
Mas sou tão humano… com meus erros, meus defeitos, minha individualidade.
Há tantas formas de ser humano, de ser imperfeito. Mas não há uma forma de ser perfeito. Não há!
De que me adianta transbordar em versos, se não posso mudar esse lugar?
De que me adianta tanto querer e amar o que não posso ter?
De que adianta tentar te dizer tanta coisa, se não vai me entender?
De que servem tantos pensamentos e palavras que nunca irão definir o que sou?
De que me servem tantas perguntas?
Vivo em um ciclo que me faz voltar ao início e perguntar...
De que me serve um poema?
Talvez sirva para me fazer existir, para expressar sentimentos, pensamentos, mesmo que incompreendidos, mesmo que só meus.
Talvez sirva para tudo, mesmo sendo nada. Para ser caminho, como uma estrada. Uma estrada que não tem destino certo e não leva a lugar algum.
Serve para o que você quiser. Para sorrir, para chorar, para jogar fora. Talvez sirva para deixar palavras antes de ir embora.
Talvez sirva para o coração ou para a mente. Talvez sirva para me desconstruir e me construir novamente.
Talvez sirva para não enlouquecer. Talvez sirva para me dar vida enquanto eu viver ou para permanecer vivo depois que morrer…
Talvez, mas só talvez…
Por: Christiano Dortas

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

MEU ANIVERSÁRIO / VERBO AMOR

“A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo.” (Vladimir Maiakovski)

“Nos demais, todo mundo sabe, o coração tem moradia certa, fica bem aqui no meio do peito, mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo coração.” (Vladimir Maiakovski)

“Não é difícil morrer nesta vida: Viver é muito mais difícil.” (Vladimir Maiakovski)

"I know not what tomorrow will bring..." (Fernando Pessoa)

Ontem foi meu aniversário, 25/01! E como presente não desejo aparelhos modernos, roupas de marca, ou qualquer outra coisa do tipo, que por não desejar nem me vem à cabeça. O que realmente desejo, dentre outras poucas coisas, é que possamos viver em um mundo melhor, em um lugar mais justo, mais verdadeiro, mais humano, com mais respeito pelas diferenças, desejo um lugar menos cruel e competitivo. Utopia? Pode ser, mas é o que desejo!
Também desejo fazer muitos shows com boas estruturas, onde exista respeito pela minha arte e pelo meu trabalho! E que abra mentes com palavras e inspire almas com canções! Meu trabalho me dá vida! ARTE E MÚSICA, SEMPRE!

Quero aproveitar para agradecer a todos os amigos e fãs pelas mensagens de aniversário, as mensagens no telefone, por e-mail e as mensagens diretas! Obrigado pelas palavras, muitas coisas emocionantes! Paz para todos nós!

Segue meu texto abaixo... Vamos aprender a conjugar este verbo em todos os tempos, em todos os sentidos e em todas as suas formas!
Beijos e abraços!

VERBO AMOR

Fui assaltado pelo verbo amar
Estava presente onde não devia estar
O verbo amar é verbo amor
E conjuga à vida muito mais sabor

Sigo amando em vários tempos verbais
Como aquelas chamas que são atemporais
Amaria amar como te amei
Amo te amar como amarei

Amava a cor dos seus olhos
Um estopim para te amar de um jeito insólito
Amara o corpo, a alma e os seus beijos
Passei a amar, até mesmo, os seus defeitos

A cada dia o amor tecia
Laços profundos que não imaginaria
E a cada hora amortecia
A angústia que o meu peito conhecia

Se te amasse por um dia
Ainda sim, o mais profundo amor seria
Se te amasse por um mês
Bastaria para ser o maior amor que já senti alguma vez

Mas não contente em te amar por poucos dias
Amarei, assim, por toda a minha vida
Quem pensaria que estaria como estou
Te amando como ninguém jamais te amou.

Por: Christiano Dortas

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

OS PECADORES

"Aquele que é bom por temer as leis divinas ou humanas não é verdadeiramente bom. A bondade que se apóia na crença em um deus é efêmera. A verdadeira bondade vem de dentro, pode ser cultivada e não depende de nenhuma pressão externa." (Christiano Dortas)

"Tenho umas contas a acertar com Deus, porque há coisas que não lhe perdoo, se supostamente ele existir. Não suporto a maldade e a hipocrisia que cresceram à sombra não só do cristianismo, mas das religiões em geral, que nunca serviram para unir os homens." (José Saramago)

"Se formos ver por aí o que se passa em matéria de religiões, é o absurdo. A relação entre crentes, entre os fiéis, e Deus passou e continua a passar pelo sofrimento, isso é uma coisa que não entra na minha cabeça, que não concebo. Porque você repare: Deus não tem o direito de criar seres a não ser para a sua - sua, deles - felicidade." (José Saramago)

"As condições indignas em que milhões de pessoas vivem, se é que se chama a isso viver, realmente se o homem é um grande produto da imaginação de Deus, então dá vontade de dizer que valia mais a pena que se deitasse a dormir que, julgo, é o que está fazendo agora." (José Saramago)

"Há uma pergunta que me parece dever ser formulada e para a qual não creio que haja resposta: que motivo teria Deus para fazer o universo? Só para que num planeta pequeníssimo de uma galáxia pudesse ter nascido um animal determinado que iria ter um processo evolutivo que chegou a isto?" (José Saramago)

Segue, algo meu, para os pecadores.
Pecadores, não se ofendam. Também devo ser um. Só não acredito no pecado!

OS PECADORES

Os pecadores rezam e cantam o hino da discórdia
E são absolvidos com o poder de uma hóstia
Assim se sentem livres de qualquer heresia
Comungando da mesma hipocrisia

Os pecadores fazem parte do rito
Mas não seguem o que está escrito
Encontram em Deus o único sentido
Para que suas vidas tenham algum objetivo

O meu sentido está em fazer o meu melhor
Apenas o que me cabe, antes de virar pó
Não oro para o Senhor do infinito
Nem digo Amém a qualquer grito

Os pecadores riem da desgraça alheia
Mesmo daqueles com quem dividem a ceia
Os pecadores rezam o Pai Nosso
E querem o Pai para benefício próprio

Fariseus usam bíblias para enriquecer
Discípulos usam para se esconder
Pagam o dízimo pela salvação
E continuam pecando, rogando em vão

Não espero ser absolvido por um Deus sem amor
Que me condena pelos erros que Ele mesmo criou
A verdadeira unção está em seu coração
Não virá de fora o imenso clarão

Como São Paulo, implacável, em cartas fazia
Faço em poemas, músicas, textos e poesias
Pecadores, encontrem o caminho do bem
Amem... Amém.

Por: Christiano Dortas