sábado, 24 de abril de 2010

MEDO

“Medo de se arrepender
Medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez
Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo que dá medo do medo que dá
Medo que dá medo do medo que dá...”
(Trecho da letra da música “Medo” do Lenine. Essa letra é genial, como muita coisa feita pelo Lenine)

“E o teu medo de ter medo de ter medo...” (Renato Russo – Legião Urbana – Música: Daniel na Cova dos Leões – Boa demais!)

O medo nos impede de fazer muitas coisas na vida. Coisas positivas, coisas necessárias, coisas sinceras, coisas importantes. O medo, em si, não precisa existir e, de certa forma, somos nós quem criamos o medo, digo, nós produzimos o medo internamente. Em uma situação perigosa o desfecho pode ser o mesmo se a pessoa estiver sentindo medo ou não. O medo pode não fazer diferença no resultado e só nos trazer um desconforto momentâneo. Em outras situações o medo pode atrapalhar. No geral, acho que o medo é negativo. Aliás, muito negativo. Não vejo nenhuma forma do medo ser positivo. (Perceba que não estou falando que devemos ser valentões, que podemos tudo, que devemos sair enfrentando tudo e todos ou que somos imbatíveis). O medo de lutar pelos seus direitos, o medo de falar em público, o medo de perguntar, o medo de sair de um emprego que não nos satisfaz, o medo de terminar um relacionamento infeliz, o medo de amar, de se apaixonar e se entregar, o medo de viver intensamente, o medo do que os outros vão pensar, o medo de ser o que realmente somos, o medo de não ir para o céu e vários outros medos que a sociedade nos impõem, nos limitam, nos paralisam. Repare que, na maioria das vezes, o medo é de algo futuro, das conseqüências. O sentimento de medo está presente, mas provém de algo que ainda não aconteceu e que talvez nem aconteça. É algo que criamos, abrigando pensamentos de receio e alimentando expectativas temerosas. Além do mais, quase todos os pensamentos de medo são puramente imaginários.

Sobre o medo do que os outros vão pensar, tenho algo a declarar. As pessoas nunca vão te compreender por inteiro, por mais que te conheçam. Então, não vale a pena se preocupar com isso. (Aqui cabe uma frase da música “O Mundo” do Capital Inicial: “Se eu for ligar para o que é que vão falar, não faço nada...”) E por mais que você se preocupe com o que as pessoas pensam, elas vão te criticar. Então, domine o medo e faça o que tiver que fazer, mas respeitando os outros. Respeito pelos outros, isso é muito importante!

Para mim, o medo tem um propósito muito parecido com o da dor e acaba sendo mesmo doloroso. A dor é um alerta de que algo em nosso corpo ou em nosso emocional não está bem. Se a dor é física temos que nos medicar e se for emocional temos buscar nos entender e vencê-la. O medo, como a dor, também é um alerta. É um aviso de que algo pode dar errado, de que existe algum perigo aparente e é preciso ser combatido. Combatido como? Não sei como combater o medo alheio. O medo é de outro e assim como ninguém pode ensinar alguém a ter medo, ninguém pode ensinar a não ter. Os medos são sensações peculiares e cada um encontra os seus antídotos para combatê-las. Acredito que algumas formas de vencer o medo são essas: agir, tentar, adquirir conhecimento, experimentar e se conhecer.

O que quero transmitir é que todo tipo de medo precisa e deve ser dominado. E com o medo dominado, podemos decidir se vamos agir ou não, pois não é porque não temos medo que devemos obrigatoriamente agir. Ocasionalmente, mesmo com o medo dominado, teremos que recuar. Só acho que não devemos deixar de agir por causa do medo, mas sim por livre escolha.

Vou finalizar citando uma frase da música “Há Tempos”, que gosto demais, do Legião Urbana: “Ter bondade é ter coragem”! Devemos dominar o medo até chegarmos a esse tipo de coragem. Então, vença o medo, tenha coragem, e por fim, tenha bondade. Não deixe o medo te dominar, domine o medo!

OBS.: O texto, abaixo, faz parte do meu livro Lições de uma Vida – Emoções, pensamentos e descobertas. Me lembro como se fosse hoje de quando escrevi. Devia ter uns 20 anos, estava em São Paulo, numa mesa de restaurante e escrevi 3 textos seguidos. Esse foi um deles. E quantos medos eu combati e venci depois desse dia...

MEDO

Por que você não segue em frente?
Será que é ele?
Por que você coloca tantas barreiras?
Será que é ele?
Destrói os seus sonhos, destrói os seus potenciais
E não te deixa em paz
Será que é ele?
Quem é você, e o que existe dentro de você?
Será que é ele?
Quem faz você se calar?
Será que é ele?
Quem não te deixa sonhar?
Será que é ele?
Quem te impede de acreditar?
Será que é ele?
Quem te impossibilita de amar?
Com certeza é ele, o medo que não conseguimos conter
Com toda certeza é ele, o medo que nos impede de viver.

P.S.: Escute a minha nova música, FOGO EM MINHA VIDA, em www.myspace.com/christianodortas

terça-feira, 6 de abril de 2010

FARTO

Vi esse comercial quando tinha uns 15 anos e decidi que seria “louco”!
http://www.youtube.com/watch?v=mLbBlhAUVb8

Assim como o Ricky Martin resolveu mostrar mais uma de suas verdades, declarando que é gay (ele deve estar aliviado com isso), também vou divulgar algumas das minhas verdades que ficam “guardadas”...

Calma gente! Eu não sou gay! E não tenho nada contra quem é. Não sofro de homofobia (quis utilizar essa palavra porque está na moda – BBB 10 - rsrs) e não tenho preconceito contra gays. O meu preconceito é contra a ignorância, isso é o que faz com que as pessoas não aceitem as diferenças. Mas para encerrar esse assunto, já que o lance aqui é outro, acho que cada um faz o que quiser, o c# é deles. rsrsrs

Brincadeiras à parte, quando falei das minhas verdades “guardadas”, me referi a um lado que, muitas vezes, tento “esconder”, tento abafar, mas é impossível. Me referi ao meu lado rebelde, contestador e questionador. Se me perguntassem qual é a minha função na vida, diria que é questionar, fazer pensar e, de certa forma, até mesmo provocar (no bom sentido). Isso faz parte da minha natureza. Não aceito tudo o que me é imposto, estou sempre questionando e me questionando. Já fui muito radical e aprendi que existem muitos pontos de vista, que unindo esses pontos podemos chegar a novas verdades e que cada um tem a sua verdade. Me tornei mais flexível (ainda tenho que me trabalhar mais nesse sentido), pois não queria ficar à margem. Aprendi as regras do jogo, mas não sei se aprendi a jogar. Às vezes acho que sim, às vezes acho que não. Mas, na verdade, muitas vezes não quero jogar ou prefiro usar as minhas próprias regras. Não sou comunista, socialista, anarquista ou qualquer coisa do tipo, apesar de compartilhar de certos pensamentos desses movimentos. E embora tenha várias divergências com o capitalismo, acho que podemos viver muito bem nele. Não nesse tipo de capitalismo em que estamos vivendo, não nesse capitalismo selvagem, injusto e predatório em que nos inseriram e a maioria aprendeu a aceitar. Sei que sempre existe uma forma de fazer diferente. Antes de qualquer coisa, somos seres humanos e se formos seres humanos melhores, viveremos melhor, independente do sistema vigente. Para alguns, algumas de minhas atitudes podem parecer incoerentes (não posso viver me explicando o tempo todo), mas sei que é preciso fazer parte para transformar, é preciso fazer parte para ser ouvido e por isso mudei. Para mudar algo é preciso mudar. E aqui estou eu, mudado, mas não manipulado! E minhas verdades não se calarão...

FARTO

Vejo mentiras por todos os lados
Quadros sombrios foram pintados
Com suor e com tintas de sangue
E não há atadura que estanque

Meus cortes me fazem um pintor
Vejo sorrisos escondendo muita dor
Alianças às vezes simbolizam a escravidão
E não a verdadeira intenção do coração

Batinas de hipocrisia
Celebrando a nova missa
Mas eu escrevo a minha própria Bíblia
Carregando a minha cruz todos os dias

O que você faria se visse como tudo foi criado?
E se percebesse que os homens bons foram comprados?
Se o inferno tivesse na moda você entregaria sua alma?
E se você descobrisse que é tudo uma farsa?

Se eu cuspir palavras sangrentas
É para ver até onde você agüenta
Até onde você suporta sem fugir?
Até onde você caminha sem fingir?

Seguindo a moda e as tendências
Tentando esconder suas deficiências
Vivendo no mundo das aparências
Sem mesmo saber qual a própria essência

Prometi a mim mesmo na minha vivência
Em alguma fase da minha adolescência
Que não me submeteria a eles
Que nunca seria como eles

Então eu os uso, como eles me usam
Então os engano, como eles me enganam
E procuro não depender tanto deles
Para ironizar o sistema aceito por eles.

Por: Christiano Dortas