quinta-feira, 23 de junho de 2011

O INTERIOR DE UM SÁBIO / JOSÉ SARAMAGO

“Eu não vejo, sinceramente não vejo, e gostaria de ver para minha tranquilidade, nenhum motivo para ser otimista não só perante a história da espécie, como diante do espetáculo de um mundo que é capaz, porque tem meios para isso, de resolver uma quantidade de problemas, desde a fome até a educação ou a falta dela, e que não faz. E não faz por quê? Porque aquilo que conta é o lucro.” (José Saramago)

“Continuo pedindo a humanização da humanidade. Isso morreu? Se morreu é uma autêntica tragédia.” (José Saramago)

“Como se pode ser otimista quando tudo isto é um estendal de sangue e lágrimas? Nem sequer vale a pena que nos ameacem com o inferno, porque já o temos. O inferno é isto.” (José Saramago)

“Temos na natureza muitas coisas contra as quais lutar, mas há um inimigo pior que todos os furacões e terremotos: o próprio ser humano. A natureza com todos os seus vulcões, terremotos, furacões e inundações não causou tantos mortos como a humanidade causou a si própria. Lutas de toda a ordem; guerras religiosas, guerras de interesses materiais, guerras absolutamente absurdas e estúpidas como as dinásticas. Não há um raio de luz – para pôr a questão assim – que dê na cabeça das pessoas e as faça perceber que não se pode viver assim!” (José Saramago)

“O que realmente nos separa dos animais é nossa capacidade de esperança.” (José Saramago)

“Meu olhar é pessimista, mas esse é o olhar que quer mudar o mundo.” (José Saramago)

Relembrando algo escrito há muito tempo, do meu primeiro livro, para ver se me inspira e brota alguma esperança em mim.

O INTERIOR DE UM SÁBIO

Lá fora, uma guerra sem fim
Aqui dentro, uma paz inabalável
Lá fora, muitas dores
Aqui dentro, um alívio interminável
Lá fora, gritos e tiros
Aqui dentro, um silêncio profundo
Lá fora, muitas mortes
Aqui dentro, uma vida imortal
Lá fora, impera o mal
Aqui dentro, o bem triunfal
Lá fora, choros e lágrimas
Aqui dentro, serenidade eterna
Lá fora, egoísmo e ganância
Aqui dentro, altruísmo em abundância
Lá fora, desespero e ansiedade
Aqui dentro, calma e tranquilidade
Lá fora, fama, sexo e poder
Aqui dentro, apenas ser
Lá fora, intrigas e fofocas
Aqui dentro, o que realmente importa
Lá fora, revolta e maldade
Aqui dentro, estado de passividade
Lá fora, doenças e drogas
Aqui dentro, imunidade a todas as provas
Lá fora, incrédulo e ateu
Aqui dentro, tem o seu próprio deus
Lá fora, religião e anarquia
Aqui dentro, guiado pela sabedoria
Lá fora, mentira e falsidade
Aqui dentro, absoluta verdade
Lá fora, alienação geral
Aqui dentro, consciência universal
Lá fora, a voz da ignorância
Aqui dentro, a voz de um sábio cheio de esperança.

Por Christiano Dortas

quarta-feira, 1 de junho de 2011

JULGUEM (BASEADO EM FATOS REAIS) / FALADOR PASSA MAL

"Vão te julgar sem te ouvir, sem saber das suas marcas, sem saber a sua história, mesmo que cometam os mesmos deslizes. Não foi assim que ensinaram, mas assim é a vida!" (Christiano Dortas)

"Tu não cuida da tua vida e quer cuidar da minha?...
Pra atrasar tem muitos, pra adiantar é que tem poucos...
Tu queria ser do jeito que eu sou, mas tu não aguenta carregar minha dor...
Falar de mim é fácil, difícil é ser eu. Eu tô saindo fora, vai cuidar do teu."
Trecho da música “Falador passa mal” do Marcelo D2.

Baseado em fatos reais…
Há dois mil e onze anos (lembram daquele cara da cruz?) está provada a capacidade humana de julgar, de vingar (o que mesmo?), de fazer o mal dizendo que está fazendo o bem. Esse texto tem direção e motivos, em cada palavra. Os destinatários sabem quem são.
Algo a declarar… Quem busca a verdade não anda com aqueles que não buscam, que ludibriam falsos amigos, que acham graça das desgraças alheias, que falam mal pelas costas dos que dizem ser “amigos” (não estou falando de mim em nenhuma dessas situações, pois sabem muito bem que é muito difícil eu considerar alguém amigo). Eu não ando com faladores e com fofoqueiros (aprenderam na igreja ou só desenvolveram lá? – me perdoem as igrejas que não forem assim). Quem me conhece intimamente (nem precisa me conhecer tanto) sabe que NUNCA fui de grupinhos ou coisas do tipo, não gosto de baba ovo, não fumo, não cheiro e na maioria das vezes bebo sozinho. Sou um cara reservado, apenas divulgo, de forma artística, as coisas que vivo, penso e sinto, e escrevo neste espaço, desabafando e divulgando o que sou e o que acredito. Não me meto na vida de ninguém, sendo assim, não gosto e me irrito quando se metem na minha. Pensem bem no que podem causar antes de falar ou tomar qualquer atitude relacionada a qualquer pessoa, principalmente de coisas que não sabem e não lhes dizem respeito. Busco acreditar que isso só serviu para que todos os envolvidos aprendessem alguma coisa.
Escrevi o texto essa semana, na madrugada de segunda para terça, baseado em fatos reais (como a maioria das vezes). É apenas um desabafo. Tenho motivos para escrever: JULGUEM! Quem não deve, não teme. Quanto mais eu conheço os seres humanos, mais gosto de músicas e de livros, principalmente os feitos naqueles momentos profundos e solitários, onde muitas verdades são expressas.

JULGUEM

E eles se ajoelharam sobre a hipocrisia
Mais hereges do que aqueles que acusam de heresia
Clamando por um messias que ainda julgariam
E, mais uma vez, com raiva, abandonariam
Na cruz dos julgamentos torturariam
Ou quem sabe novamente matariam
Mas ele morreu, assim como os valores que ensinaram aos seus filhos
Os princípios destruídos pelo fim da inocência que havia no início
A verdade abalando alicerces de ouro
Palavras que soam como um estouro
Um pecado para eles, é esperança para outros
O grande juiz foi quem começou a julgar nesse jogo
Calmo como uma bomba, segue aquele que não teme
Pois sua convicção é mais forte e não se rende
Saber o que é certo ou errado, sem precisar de conselho
O que ninguém te ensina, você aprende na frente do espelho
Mas eles seguem sem uma diretriz, sem um valor específico
Cada seita divide um pedaço do crucifixo
E os hipócritas julgam, lincham, culpam
Pisando no mesmo solo daqueles que acusam
É mais fácil apontar para baixo, ou na mesma direção, do que para o céu
Vítimas das imperfeições de algum criador, me diz quem nunca foi réu?
O que se pode fazer pela raça humana?
Julguem o quanto quiserem, entendo a vontade de vingança.