sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

NATAL, PAPAI NOEL, ANO NOVO, DELÍRIOS DE UM SONHADOR, MELHORES DE 2011

Nem um milhão de palavras podem dizer o que um homem carrega em seu interior.

DELÍRIOS DE UM SONHADOR (Reflexões de fim de ano)

Mais um ano está chegando ao fim. E, como sempre, traz reflexões sobre o mundo, sobre a vida e sobre o que buscamos. É comum fazermos uma retrospectiva sobre o que aconteceu no ano que está terminando e do que pode ser mudado no seguinte. Lembramos de notícias que abalaram a sociedade e deixaram a população à flor da pele. Dentre algumas notícias boas, uma enxurrada de violência… Enfermeira mata cachorro… Morte do Bin Laden… Atirador mata crianças em uma escola em Realengo… E muito mais. Muitas coisas aconteceram em 2011, algumas, infelizmente, se tornaram banais para a população que nem abalam mais e outras, felizmente, ainda nos chegam como um absurdo e nos causam indignação. Tantas coisas que eu não acompanhei, por me dedicar muito ao trabalho e por não me sentir bem com o peso de alguns assuntos. Em um período da minha vida comecei a evitar assistir televisão. Me fazia muito mal ver notícias de violência, descaso, corrupção, injustiça e mentiras. Ficava revoltado, sentia (e sinto) muita raiva ou sofria. Não fui feito para aceitar essa enxurrada de desgraças, e nem para me entregar a elas, por isso resolvi não me deixar tornar violento ou ser contaminado pelo medo, como muitas vezes os programas nos impõem. Encontrei uma forma de me defender desse lugar.

Não é de agora que certas formas de violência são praticadas. Com toda probabilidade animais de estimação devem ter sido mortos antes e muitos outros tipos de violência, que se tornaram parte do nosso dia a dia, existem desde que o mundo foi criado. Mas com armas, câmeras de fotografar e filmar e com a internet as notícias e imagens chegam mais rápido, se propagando e tornando a coisa mais real para os nossos sentidos. Como saber o que fazer no meio desse tumulto de indignações e informações? Como nos tornarmos mais humanos? Humanos?! Quantos ainda se lembram do que é ser humano?

E venho novamente me expressar, depois de muitos insistirem em tentar me calar, dizendo que as coisas são assim, que não tem jeito, que nada pode mudar. Escuto pessoas tentando me calar desde os meus 14/15 anos, quando comecei a ter opiniões e já “incomodava” alguns, bem mais velhos que eu. Mas não me calei desde lá. E continuo me expressando das maneiras que me são possíveis.

A ironia é que eu, um cético, acredito que as coisas possam melhorar, enquanto muitos crentes, que acreditam no poder sobrenatural de Jesus e de Deus, não acreditam na possibilidade de mudança. Se alguém me perguntar se acredito que o mundo vai melhorar, a minha primeira resposta é NÃO ACREDITO. Mas se não acredito, por que insisto em falar e tentar realizar alguma mudança? Deixe-me explicar. Tenho certeza que o mundo PODE se tornar um lugar melhor, acredito que seja POSSÍVEL, mas como a maioria não acredita que possa mudar deixo de acreditar na mudança. De uns anos para cá deixei de acreditar nas pessoas. A minha descrença se deve ao fato de que só podemos mudar o mundo mudando as pessoas. Como podemos mudar se a maioria não acredita ao menos que seja possível? Acredito na possibilidade de mudança, mas deixei de acreditar nas pessoas, que são responsáveis por ela, pois se não confiam não farão o esforço necessário. Ponto final. Ponto final não, pelo menos para mim.

E por que continuo fazendo algo mesmo descrente? Porque estou vivo e procurar fazer algo de positivo para o mundo é o que me move. Tenho isso dentro de mim desde a minha adolescência, mesmo que algumas pessoas não entendam a minha forma de revolução. Foi isso o que me levou a fazer arte e a começar a escrever. Como José Saramago escreveu: “meu olhar é pessimista, mas esse é o olhar que quer mudar o mundo”.

Para os descrentes na mudança, muitas coisas foram mudadas e melhoradas em séculos de luta e força de vontade de grandes seres humanos, anônimos e conhecidos. Dentre algumas conquistas estão, o direito das mulheres, a igualdade de raças, independência de países oprimidos, o crescimento do respeito por homossexuais, alterações de muitas leis, tornando-as mais justas e muito mais. Isso tudo foi conquistado porque existiram pessoas que acreditaram. Para mudar é preciso acreditar. Para acreditar é preciso mudar. Mude. Acredite.

Mesmo que eu não tenha filhos ou mesmo que não tivesse sobrinhos e descendentes de minha família, continuaria a lutar para deixar um lugar melhor para as próximas gerações, pois não faço isso por algo que considero meu. Faço isso por fazer parte de algo maior, por fazer parte da raça humana e viver em meio a seres vivos que dependem uns dos outros para viver em harmonia e equilíbrio. Não acredito em perfeição. Conflitos e problemas sempre irão existir, mas tenho certeza que podemos viver em um lugar melhor, mais justo e pacífico.

O mais “engraçado” disso tudo é que eu, o que não tem mais esperanças no céu, muitas vezes levo esperança para aqueles que esperam cair do céu.

E sobre o que deve ser mudado em nós… Escute o mundo ele sabe mais que qualquer um. O mundo (podem ser pessoas próximas, livros e até mesmo religiões, sem ser fanático ou ficar esperando cair do céu) muitas vezes nos diz e nos mostra o que devemos mudar em nós para melhorá-lo. Escute e se esforce. Não se conquista nada sem esforço.

Quero finalizar desejando um feliz ano novo, cheio de realizações e mudanças positivas para todos! Paz, saúde, educação, música, arte e cultura para todos nós!

Beijos e abraços, Christiano Dortas

P.S.: Papai Noel? Lembre-se que o Natal é a comemoração do nascimento daquele homem que nos ensinou a buscar a verdade. Conheça a verdade e ela o libertará.

Em 2011 foi assim…

Melhor livro que li: O reino de Deus está em vós (Liev Tolstói)

Outros livros significativos: Jesus e Gandhi (José Carlos Leal), Nelson Mandela – Conversas que tive comigo, Ensaio sobre a lucidez (José Saramago) e Crepúsculo dos ídolos (Friedrich Nietzsche).

Livros que estou lendo no momento: Admirável mundo novo (Aldous Huxley) e Prazer: Uma abordagem criativa da vida (Alexandre Lowen)

Filmes mais significativos: “Happy Feet 2” e revi “V de Vingança”.

Músicas que mais ouvi: Revolution is my name (Pantera), Break the night with colour (Richard Ashcroft) e Try again (Keane)

Bandas e artistas que mais ouvi: Pantera, Keane, Raimundos, Bad Religion, Raul Seixas e O Rappa.

Pior coisa que descobri em 2011: Restart

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