quarta-feira, 16 de março de 2011

DE QUE ME SERVE UM POEMA? / O REINO DE DEUS ESTÁ EM VÓS

No próximo sábado, dia 19, faço show solo com banda no Lapa 40 Graus de Búzios. O endereço é Orla Bardot, 552 - Armação de Búzios. O show começa às 23h. A gente se encontra por lá!

"Cristo, por meio de seus discípulos, envolveu o mundo inteiro na 'rede da fé'; mas os peixes grandes, tendo rasgado as malhas da rede, escaparam, e pelo buraco que fizeram passaram também os peixes pequenos, de modo que a rede ficou quase vazia. Os peixes grandes que rasgaram a rede são os governantes: imperadores, papas, reis, presidentes, que sem abandonar o poder aceitaram não o cristianismo, mas sua aparência." Citação extraída do livro "O reino de Deus está em vós" de Liev Tolstói.
Esse livro, que estou lendo no momento, é leitura obrigatória para cristãos, evangélicos, judeus e todos aqueles que desejam compreender mais profundamente a doutrina propagada e vivida por Jesus. Indispensável para os que querem evoluir de VERDADE!
O livro "Ágape" do Padre Marcelo Rossi é MUITO superficial comparado com esse do Tolstói. "Ágape" é bom, mas serve apenas para nos lembrar de coisas que esquecemos no dia a dia, mas já estamos cansados de saber.
O livro de Tolstói foi lançado em 1894 e foi vetado, como muitas vezes a Igreja fez e ainda faz com quem critica o comportamento de suas autoridades. Só que hoje a censura é velada, mas ainda acontece muito. Nessa e em outras instituições.
Não sigo nenhuma religião. Posso ir no candomblé, na igreja católica, nos templos judáicos, nos centros espíritas, nos templos budistas, na igreja evangélica, ou até mesmo ler um filósofo e tirar as coisas boas que todos esses ensinam e pregam. Acho isso muito mais enriquecedor do que me intitular católico, budista, evagélico ou qualquer outra coisa do tipo.
Aprendi muitas coisas boas com as lições de Jesus, embora não acredite em sua existência da forma que ensinam. O máximo que posso conceber é sua existência como um homem sábio e bom, que não fazia milagres, mas expressou o que pensava, com palavras e atitudes.
A dica está dada. Não deixe de ler.

DE QUE ME SERVE UM POEMA?

De que me serve um poema?
De que me serve ter pena, se não modifica a cena?
De que adianta uma poesia, se não preenche a página de sua alma?
De que me serve a noite, se não me embala em teu sono?
De que me adianta saber tanto, se pouco sei diante do infinito que há na vida?
Só sei o que me cabe, mas sou pequeno. Me cabe pouco.
E já nem sei como me cabe tanto sentimento. Sinto mais do que sei.
De que me serve esse amor que me sufoca, se não é correspondido?
De que me serve compreender o seu jeito, se não ameniza a dor que sinto?
De que me servem palavras, se não transmitem o que me invade a alma?
De que me serve tanto amor, se não me torna melhor?
Sim, eu queria ser melhor.
De que me serve tanta vontade de ajudar, se sou tão egoísta?
Às vezes quero sair de mim, às vezes quero ser muitos e me desconectar do que sou, mas estou sempre presente em mim. E até minha ajuda é egoísta.
Ajudo porque quero, ajudo porque sinto. Ajudo porque é de minha vontade.
Queria ser mais humano.
Mas sou tão humano… com meus erros, meus defeitos, minha individualidade.
Há tantas formas de ser humano, de ser imperfeito. Mas não há uma forma de ser perfeito. Não há!
De que me adianta transbordar em versos, se não posso mudar esse lugar?
De que me adianta tanto querer e amar o que não posso ter?
De que adianta tentar te dizer tanta coisa, se não vai me entender?
De que servem tantos pensamentos e palavras que nunca irão definir o que sou?
De que me servem tantas perguntas?
Vivo em um ciclo que me faz voltar ao início e perguntar...
De que me serve um poema?
Talvez sirva para me fazer existir, para expressar sentimentos, pensamentos, mesmo que incompreendidos, mesmo que só meus.
Talvez sirva para tudo, mesmo sendo nada. Para ser caminho, como uma estrada. Uma estrada que não tem destino certo e não leva a lugar algum.
Serve para o que você quiser. Para sorrir, para chorar, para jogar fora. Talvez sirva para deixar palavras antes de ir embora.
Talvez sirva para o coração ou para a mente. Talvez sirva para me desconstruir e me construir novamente.
Talvez sirva para não enlouquecer. Talvez sirva para me dar vida enquanto eu viver ou para permanecer vivo depois que morrer…
Talvez, mas só talvez…
Por: Christiano Dortas

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