terça-feira, 27 de setembro de 2011

A PARANOIA QUE ME FAZ SER O QUE SOU / O MEU CAMINHO COMO ARTISTA / CLIPE "NÃO É PECADO"

O MEU CAMINHO COMO ARTISTA

O meu início na música foi aos 16 anos, cantando e tocando guitarra em um trabalho do colégio. Cantei Bryan Adams, Bush, Raimundos e a versão de uma música do Pennywise, adaptada para o português, com o tema do trabalho. Depois disso não parei mais. Comecei a cantar porque queria me expressar, dizendo as coisas que acreditava e protestando contra as coisas que não concordava e via como injustas na sociedade. Em 1997 surgiu a banda Sifuhanks, com letras questionadoras, políticas e de protesto. Como não tinha quem fechasse shows, comecei eu mesmo a fazer os contatos, ligações, conhecer músicos de outras bandas do cenário underground e visitava os locais de shows.

Passamos a fazer um show por semana e muitas vezes fizemos 2 por semana. Ainda não recebíamos pelo trabalho, mas com o tempo fomos conseguindo muitos fãs que nos seguiam nos shows, compravam camisas e CDs. O nome da banda circulava e crescia no meio underground. Depois de 7 anos de trabalho, tocando, visitando muitos shows de outras bandas, carregando caixas de som, algumas trocas de integrantes e períodos conturbados, decidi sair da banda por perceber que a minha verdadeira intenção era viver de música, ou tentar o máximo possível, e não via o mesmo interesse e vontade em outros integrantes, que faziam faculdades e tinham outros objetivos. Com a minha saída a banda não continuou.

Foi nessa época que decidi fazer o meu primeiro livro, “Lições de uma vida - emoções, pensamentos e descobertas”. Não tinha mais uma banda, mas queria continuar a me expressar, então juntei alguns textos e letras que já tinha e escrevi muitos outros para compor o livro. Foi mais ou menos nessa época que descobri que era poeta. Já que não estava nos palcos, vivia com meus textos, lendo, entregando para as pessoas lerem e até presenteando pessoas queridas. Lembro que muitos começaram a me chamar de poeta e não gostava, confesso que isso me incomodava. Não lembro exatamente porque não gostava de ser chamado assim, mas tinha um pouco a ver com eu achar que era pretenção demais e até certa soberba. Poetas eram inteligentes, escreviam bem e eu apenas escrevia o que eu sentia, pensava e vivia, da minha forma e sem regras. Até que aceitei e percebi que o que fazia era poesia. E sem dúvida é, mesmo que seja do meu jeito. Com o tempo aperfeiçoei e segui com o meu estilo.

Enquanto escrevia e elaborava o livro sofria por não estar nos palcos, cantando e fazendo o que mais queria na vida. Fiquei quase um ano sem cantar e isso me fazia muito mal. Não aguentava assistir shows, pois ficava muito deprimido. Pode parecer exagero demais, mas essa é a verdade. Nessa fase comecei a compor muito e escrever sem parar. Passava horas no estúdio do Paulinho - o conhecido Som Mil, ali na Rua Almirante Cochrane - vendo músicos entrando e saindo, conhecendo bandas, ouvindo diferentes estilos musicais, gostava de estar naquele meio. No começo de 2004 voltei a cantar, fazendo voz e violão, e decidi fazer uma carreira solo. Voltei a carregar caixas de som, marcar ensaios, ter contato com músicos, fechar shows, cair em pilantragens do meio da música (até hoje acontece), negociar, enfim, toda aquela trabalheira de novo, tudo para voltar aos palcos e me sentir realizado como artista. Percorri pequenas casas de shows, pubs, barzinhos etc. Tocava onde fosse possível.

Até que no começo de 2008 entrei na banda Perdidos na Selva. Banda conhecida por fazer tributo aos anos 80 e respeitada no Rio de Janeiro e em muitos lugares do Brasil. Com a banda passei a tocar em melhores estruturas, realizei os sonhos de tocar no Circo Voador e no Canecão, e tenho oportunidade de mostrar o meu trabalho musical e expressão artística para um maior número de pessoas.

Hoje, sigo administrando e propagando o meu trabalho solo, divulgando o meu último CD Mutação, que tenho muito prazer de ter feito, e continuo como vocalista e ajudando na administração da banda Perdidos na Selva.

Acabo de lançar o meu primeiro clipe. A música escolhida foi Não é Pecado, segunda faixa do albúm Mutação. O clipe foi feito de forma totalmente independente, onde fiz todo o trabalho de produção, contando com ajudas. Foi uma experiência nova, diferente e divertida, onde tive até que dar uma de ator. Participei de muitas etapas, das ideias de roteiro, feita em conjunto com o diretor Vinicius Barbosa até uma pequena parte da edição e inserção de efeitos. Posso dizer que aprendi bastante. Assistam o clipe copiando e colando esse link na parte de endereço de sites: http://www.youtube.com/watch?v=TtWHugc1sOY
Ficou muito legal e divertido! Não deixem de ver e divulguem para os amigos. Compartilhem.

No momento, estou finalizando a produção do meu segundo livro que se chama “Palavras Concretas”, com muitos textos e poesias, abordando diversos temas, filosóficos, ácidos, irônicos, políticos, questionadores… E como sempre falando de música e arte. Um livro carregado da mistura que me é peculiar.

Quero finalizar escrevendo sobre algo importante nessa minha trajetória na música. Eu sempre fechei os shows, produzi, divulguei etc. E faço isso até hoje, com a ajuda de algumas pessoas. Não porque eu queira, mas porque eu sempre quis estar nos palcos, fazendo o trabalho andar, cantando, me expressando e porque, infelizmente, não surgiu alguém que fizesse isso em minha carreira e me mantivesse nos palcos, que é onde preciso estar para extravasar muito do que sinto, me sentir vivo, produtivo e em movimento. E antes que digam, “Ah, mas isso é da sua natureza, você gosta…!” Já adianto que não é bem assim, passei a fazer e faço porque é necessário para continuar o trabalho e continuar nos palcos. O que é da minha natureza é a vontade de realizar e fazer, mas não exatamente esse tipo de trabalho. Não considero bom fazer esta parte burocrática, pois, como artista, sofro demais com isso. Mas a minha vontade, e até necessidade, de tocar sempre foi tão forte que passei por cima disso e mesmo sofrendo continuei e continuo executando essa parte. O negócio é fazer a arte rolar e o show acontecer!

Obrigado a todos que me apoiam e ajudam em cada passo dessa caminhada. Não posso e não consigo deixar de agradecer aos fãs, amigos, parceiros, a todos que ajudam a divulgar, que me passam contatos ou que me ajudam nas realizações diretamente. Conto com vocês para continuar o meu caminho!

Leiam o texto que escrevi um tempo depois de sair da minha primeira banda e estava seguindo o meu caminho solo. É isso que me faz ser o que sou…

A PARANOIA QUE ME FAZ SER O QUE SOU

O que me prende
O que me aprisiona
A verdadeira música que me emociona
É o que me mantém na Terra
Algo que não é concreto
Mas me livra do tédio
Tem mais poder do que muitos objetos
E é assim que me liberto
A arte que reparte e faz parte do meu ser
A arte que reúne o mundo material e espiritual em um só ser
Em um só mundo
Em um só Universo
O canal aberto para novos versos
Falando da vida, falando de amor
Falando de revolução, falando do que for
Libertando a alma por meio da voz
Em meio a notas que desatam nossos nós
Inflamado pela chama que me queima
Espírito revolucionário que nunca me deixa
O que me importa é o palco
A ação, a atitude e a hora do show
Essa antiga paranoia que faz ser o que sou
Alguns acham que é loucura
Mas eu acho que é fissura
Sigo em frente e vou mantendo a minha postura
Sigo só, se ninguém acompanhar o meu ritmo acelerado
Pois eu prefiro ficar só do que mal acompanhado.

Por: Christiano Dortas

Um comentário:

  1. Chris,te conheci no facebook e tenho aprendido muito contigo. Te admiro e sua tua fã, então o que puder fazer pra divulgar teu trabalho, eu farei. Conte sempre comigo, adoro tuas letras e música. Beijo enorme meu querido!

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