segunda-feira, 30 de julho de 2012

ANSEIAM


"Para que discutir com os homens que não se rendem às verdades mais evidentes? Não são homens, são pedras. Tenho um instinto para amar a verdade; mas é apenas um instinto." (Voltaire) 

"Todas as grandes verdades começam como blasfêmias." (George Bernard Shaw) 

"Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso." (Bertold Brecht) 

"Crê nos que buscam a verdade. Duvida dos que a encontraram." (André Gide) 

"Não há nada que conduza à verdade. Temos que navegar por mares sem roteiros para encontra-la." (J. Krisnamurti) 

"Só encontramos a nós mesmos depois de encarar a verdade." (Pearl Bailey)

ANSEIAM (Christiano Dortas)

Anseiam pela verdade enquanto a hipocrisia domina os seus consumos
A carne vendendo a alma na obtenção de insumos
Entrego arte e poesia para tornar mais leve o que carrego
Muitos não entendem as verdades que enxergo

Palavras duras, de chumbo, soam como balas de festim
Tocam, mancham, mas não perfuram e são esquecidas no fim
Amortecidas pela indiferença dos olhos míopes que deturpam
Não deixam marcas no corpo, mas no inconsciente dos que ocupam

Analogias desconexas em repentes acelerados
O cérebro que capta a voz dos esquecidos e exilados
Na frequência de todos os radares humanos
O que poucos captam por não sintonizarem os mesmos planos

Anorexos da verdade, definhando em suas mesquinharias
Querem verdades, consumindo fantasias
Expelindo o vazio do qual se alimentam, bulimia do novo milênio
Ingerem e colocam para fora o mesmo veneno

O que anseiam está em falta no mercado
Desenfreadamente consomem algo qualquer que preencha o buraco
Em templos e leilões de almas, anseiam por respostas  
Encontram o fim em um princípio repleto de incógnitas

Meus erros são virtudes nos que me apontam
Desgraças na tela do globo ocular, assuntos que despontam
Disseminando o pânico e a violência com hipnose coletiva
Mas os que tem imunidade soltam a voz com sua verve subversiva

Palavras duras propagadas em poesias tem voz de veludo
Mensagem subliminar, a própria arma é um escudo
Ou palavras doces em uma voz rouca e rasgada
Dualidade da vida, ser tudo é o mesmo que não ser nada

Sorrisos de angústia nos palcos da vida
Curativos que escondem a profundidade das feridas
Eles usam paliativos, troca de personagens na coxia do dia a dia
Enquanto sigo munido de palavras leves com um tom de rebeldia

Eu não vou falar o que não preciso dizer
Se você sentisse saberia o quão difícil é esquecer
Anseiam enxergar o que repelem por não suportar... a realidade
E repelem o peso do que anseiam encontrar... a verdade.

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